A gente sabe que é preciso proteger a pele da exposição solar e, assim, evitar que ela desenvolva manchas, especialmente na região do rosto. Mas e quando a pigmentação já ocorreu, o que pode ser feito? Fomos ouvir quem entende e pesquisa a respeito da pele humana, nosso consultor, o médico Jorge Menezes, mestre em Cirurgia Plástica pela Universidade Federal de São Paulo.
Quando se trata de clareamento da pele, como proceder? Quem pode fazer e quais os cuidados necessários?
O ideal é sempre usar um filtro solar, qualquer que seja a idade e o gênero. Ele impede que a ação solar produza desidratação da pele, modifique sua textura, cause sua degeneração, entre outros. Caso já tenha havido a hipercromia cutânea – o surgimento de manchas escuras – é fundamental que a pessoa faça uma avaliação com um profissional especializado para um diagnóstico correto e customizado. Entre as opções, existem os clareadores de uso doméstico, como cremes de uso diurno e noturno, sendo, cada um deles, específico para um tipo de pele, e os de uso especializado, como é o caso dos peelings clareadores.
Ambos têm um resultado bastante satisfatório e podem reverter o quadro de pigmentação. As restrições a esses tipos de tratamento são, basicamente, mulheres gestantes e pessoas que manifestam alguma alteração de pele, como psoríase. Vale também verificar se os princípios ativos que serão administrados podem interferir em alguma doença já existente na paciente.
Qual a diferença entre os diferentes procedimentos, como o uso de hidroquinona e laser CO2?
O peeling químico provoca a retirada das manchas por ação direta na pele, na medida em que remove a camada cutânea envelhecida, podendo ser mais superfi cial (na epiderme) ou até na derme. Assim, ele estimula a formação de novas células deixando a pele com aspecto mais jovem e bem cuidada. Existem diferentes possibilidades de peelings.
A hidroquinona é a “mãe” de todos os produtos para clareamento, mas seu uso necessita ser muito bem acompanhado, pois, após um período, ela pode causar alterações sistêmicas. Por isso, há a necessidade de se fazer intervalos no uso da hidroquinona. Os ácidos glicólico, retinoico e kójico também são usados para clareamento e rejuvenescimento da pele. Mais recentemente, o laser de CO2 tem se tornado um procedimento bastante comum, mas é preciso cuidado, pois seu uso pode causar efeito rebote quando mal indicado ou quando feito um uso genérico. Todos esses produtos precisam ser prescritos por um profissional especializado.
O glicólico tem sido destacado em diferentes produtos dermocosméticos. Há algum motivo para esse sucesso?
Acredito que tenha sido muito difundido e muito usado pela praticidade do uso (forma de aplicação em cremes e afins) e do horário (a qualquer momento, incluindo durante o dia). Ele é indicado para vários tipos de pele e para vários tipos de tratamento – ele é também um ótimo rejuvenescedor.
Outro produto que tem feito sucesso no combate às manchas escuras (melasmas), especialmente as pós-gestacionais, é a cisteamina. Como ela atua? A cisteamina já é encontrada no nosso organismo. Ela é um regulador da melanina, que é a “coloração” da nossa pele. Nos cremes, ela será encontrada em grandes quantidades e poderá impedir a formação de uma hipercromia ou atenuar uma já existente. Tem tido resultados muitíssimo satisfatórios. Acredito que ela veio se juntar aos outros tratamentos já consagrados, mas cada um deles possui uma indicação. Uma possível causa para esse sucesso talvez seja o fato de a cisteamina atuar em todos os tipos de pele, uma vez que ela faz seu ciclo de ação diretamente no metabolismo da melanina (que dá a cor escura).
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