A descoberta da gravidez costuma vir acompanhada de uma mistura de sentimentos: alegria, ansiedade e até insegurança. São tantas mudanças no corpo e tantas novas informações que é normal se sentir um pouco perdida.
E em meio a tudo isso, um assunto que nem sempre recebe a devida atenção é o funcionamento da tireoide, uma glândula pequena que desempenha um papel gigantesco na saúde da mãe e no desenvolvimento do seu bebê.
Você já ouviu falar em hipotireoidismo na gravidez? Mesmo que nunca tenha tido problemas de tireoide antes, é importante entender como ela pode afetar a gestação e por que o acompanhamento médico é essencial desde os primeiros momentos.
Se você está grávida ou planejando engravidar, este texto é para você. Entenda abaixo sobre o hipotireoidismo, quais são os sintomas, os riscos, como tratar e, acima de tudo, como garantir que você e seu bebê estejam seguros e bem cuidados.
Afinal, o que é hipotireoidismo?
O hipotireoidismo é uma condição em que a glândula tireoide (localizada no pescoço, bem abaixo da laringe) passa a produzir menos hormônios do que o necessário.
Esses hormônios são fundamentais para várias funções do nosso corpo, como o controle do metabolismo, o funcionamento do coração, o equilíbrio emocional e, no caso da gravidez, o desenvolvimento do bebê, principalmente do cérebro e do sistema nervoso.
Durante a gestação, a tireoide da mãe precisa trabalhar dobrado. Isso porque, nas primeiras semanas, o bebê ainda não tem a sua própria tireoide funcionando e depende totalmente da mãe para receber os hormônios essenciais ao seu crescimento.
Se a mãe tem hipotireoidismo e não está tratando corretamente, os níveis hormonais ficam baixos, o que pode trazer uma série de complicações tanto para ela quanto para o bebê.
Por que o hipotireoidismo pode ser tão preocupante na gravidez?
Quando o hipotireoidismo não é diagnosticado ou tratado adequadamente durante a gestação, ele pode causar sérias complicações. Muitos sintomas se confundem com os desconfortos comuns da gravidez, o que pode atrasar o reconhecimento da doença.
Cansaço, sonolência, prisão de ventre, inchaço, ganho de peso… tudo isso pode parecer “normal” nesse período, mas também são sinais de alerta.
É por isso que não é indicado esperar os sintomas surgirem para fazer os testes para hipotireoidismo na gravidez. O diagnóstico precoce é muito importante e a avaliação da tireoide deve fazer parte da primeira consulta do pré-natal.
Entre os principais riscos do hipotireoidismo mal controlado na gravidez, estão:
- Aumento do risco de aborto espontâneo, principalmente no primeiro trimestre;
- Pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez);
- Parto prematuro;
- Descolamento prematuro da placenta;
- Baixo peso ao nascer;
- Atraso no desenvolvimento neurológico e intelectual do bebê.
Essas complicações parecem assustadoras, não é? Mas a boa notícia é que elas podem ser evitadas com acompanhamento médico e tratamento adequado.
Sintomas de hipotireoidismo na gestação: como perceber?
Sabemos que a gravidez já vem com uma carga grande de sintomas físicos e emocionais. Por isso, o hipotireoidismo pode passar despercebido. Mas existem sinais que merecem atenção:
- Cansaço extremo (mais do que o normal);
- Sensação de frio constante;
- Constipação (prisão de ventre persistente);
- Pele seca;
- Unhas quebradiças;
- Queda de cabelo acentuada;
- Rosto e olhos inchados;
- Dificuldade de concentração ou memória.
Se você já foi diagnosticada com hipotireoidismo antes da gravidez, redobre a atenção: os níveis hormonais precisam ser ajustados assim que a gestação começa.
E se nunca teve problemas com a tireoide, mas sente esses sintomas, converse com seu obstetra. Muitas vezes, um simples exame de sangue pode trazer respostas e evitar complicações futuras.
Como é feito o diagnóstico?
O principal exame para identificar o hipotireoidismo na gravidez é o TSH, que mede se a sua tireoide está sendo estimulada corretamente. Se o TSH estiver elevado, pode ser um sinal de que a tireoide está lenta.
Durante a gestação, os valores de TSH considerados “normais” são diferentes. No primeiro trimestre, por exemplo, o ideal é que ele esteja abaixo de 2,5 mUI/L.
Os exames para rastrear hipotireoidismo são simples, feitos com uma coleta de sangue, e fazem parte do pré-natal quando há suspeita ou fatores de risco para a doença.
E se eu já tiver hipotireoidismo antes de engravidar?
Esse é um ponto muito importante. Muitas mulheres já convivem com o hipotireoidismo antes mesmo da gravidez, e está tudo bem. Você pode sim ter uma gestação tranquila, desde que o tratamento esteja em dia e os exames sejam monitorados com frequência.
Na verdade, o ideal é que quem já tem o diagnóstico de hipotireoidismo comece a planejar a gestação com o endocrinologista e o obstetra, ajustando as doses do hormônio (levotiroxina) antes de engravidar. Isso ajuda a garantir que o bebê receba tudo o que precisa desde o comecinho da gestação.
Como é o tratamento durante a gravidez?
O tratamento para o hipotireoidismo na gravidez é seguro, eficaz e muito simples: basicamente, consiste na reposição hormonal com levotiroxina, um hormônio sintético que substitui o que a sua tireoide deixou de produzir.
A dose pode variar durante a gestação e por isso o acompanhamento médico é essencial. O objetivo é manter o TSH dentro dos valores ideais para cada fase da gestação.
É importante reforçar que a levotiroxina não faz mal ao bebê; pelo contrário, ela é essencial para garantir seu desenvolvimento saudável.
E aqui vai um lembrete: nunca pare o tratamento por conta própria, mesmo que você se sinta melhor. Esse cuidado é fundamental para você e para o seu pequeno.
O papel do iodo e do hipotireoidismo congênito
Durante a gravidez, o corpo da mulher precisa de mais iodo, um mineral indispensável para a produção dos hormônios da tireoide. A deficiência de iodo na gestação pode causar ou agravar o hipotireoidismo e até resultar em hipotireoidismo congênito no bebê.
No Brasil, o sal de cozinha é iodado por lei, o que ajuda a evitar esse tipo de deficiência. Mas em alguns casos pode ser necessário suplementar, especialmente se a gestante estiver fazendo dietas restritivas ou tiver algum problema de absorção. Por isso, mais uma vez, o acompanhamento profissional é fundamental.
Você pode ter uma gravidez saudável mesmo com hipotireoidismo
Sim, o hipotireoidismo pode tornar a gravidez de risco, mas isso não significa que algo ruim vai acontecer. Com cuidado, informação e acompanhamento, é totalmente possível passar por essa fase com tranquilidade.
Cuidar da tireoide é cuidar da sua saúde e da do seu bebê. Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e um bom acompanhamento, é possível viver essa fase com mais segurança e menos preocupações.
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Se você está grávida ou quer engravidar, converse com seu médico sobre a tireoide. E sempre que precisar, conte com a Drogaria Araujo.
Este artigo foi revisado pela médica endocrinologista Dra Thaís Pereira Costa Magalhães CRMMG 36771 drathaismagalhaes.com.br