A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma condição progressiva que dificulta a respiração e hoje representa um dos maiores desafios de saúde pública mundial.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a DPOC já é a terceira principal causa de morte global, superando inclusive o câncer e os acidentes de trânsito. No Brasil, estima-se que cerca de 6 milhões de pessoas vivem com a doença, embora a maioria ainda esteja sem diagnóstico.
Por isso, neste artigo você vai entender o que caracteriza essa doença, quais são os sinais de alerta, como ela evolui, as possibilidades de tratamento e o que pode ser feito para viver com mais autonomia, mesmo diante de uma condição crônica.
O que é a DPOC e por que ela afeta tantas pessoas?
Primeiramente, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica é um conjunto de doenças pulmonares crônicas que reduzem o fluxo de ar nos pulmões, dificultando a respiração. Os dois principais tipos de DPOC são a bronquite crônica (inflamação persistente das vias aéreas) e o enfisema pulmonar (dano nos alvéolos responsáveis pela troca de oxigênio). Em resumo, esses tipos de DPOC apresentam características distintas, mas ambos comprometem a função respiratória.
A obstrução pulmonar tende a piorar com o tempo e, diferentemente da asma, os danos causados pela DPOC são irreversíveis. Isso significa que, embora não tenha cura, a doença pode – e deve – ser controlada com tratamento adequado.
E atenção: a principal causa da DPOC é o tabagismo, responsável por cerca de 85% dos casos, segundo a OMS. Mas há outros fatores relevantes:
- Exposição prolongada à poluição do ar;
- Contato frequente com poeiras, produtos químicos e fumaça de lenha;
- Infecções respiratórias na infância; e
- Fatores genéticos, como a deficiência de alfa-1 antitripsina.
Entenda mais: Exames para doenças respiratórias: o que são e quando fazer
Quais são os 3 principais sintomas da DPOC?
Os sintomas da DPOC se desenvolvem lentamente e, muitas vezes, são confundidos com sinais do envelhecimento ou consequências do fumo. Mas é importante ficar atento. Os 3 mais comuns são:
- Falta de ar: começa geralmente com esforço físico, mas pode evoluir para dificuldade mesmo em repouso.
- Tosse crônica: persistente por meses, geralmente acompanhada de produção de muco (catarro).
- Chiado no peito: som agudo durante a respiração, causado pela obstrução das vias aéreas.
Além disso, outros sintomas incluem sensação de cansaço extremo, infecções respiratórias frequentes e perda de peso em estágios mais avançados.
Quais são as 4 fases da DPOC?
O avanço da DPOC é classificado pelo sistema GOLD (Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease), com base na espirometria, um exame que mede a função pulmonar. Assim, esse sistema permite categorizar a gravidade da doença e orientar os tratamentos adequados.
VEF₁ é a sigla para Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo. Trata-se da quantidade de ar que uma pessoa consegue expirar com força no primeiro segundo de uma expiração rápida e profunda. E é essa métrica usada para avaliar os estágios da doença. Portanto, a análise é fundamental para o diagnóstico e monitoramento de condições pulmonares.
Estágios da DPOC segundo o Sistema GOLD
Estágio 1 — Leve (GOLD 1)
- VEF₁ ≥ 80%
- Tosse leve, produção de catarro ocasional, pouco ou nenhum impacto na rotina.
Estágio 2 — Moderado (GOLD 2)
- VEF₁ entre 50% e 79%
- Tosse frequente, chiado no peito e dificuldade para atividades leves.
Estágio 3 — Grave (GOLD 3)
- VEF₁ entre 30% e 49%
- Falta de ar constante, limitação significativa nas tarefas do dia a dia, aumentando o risco de infecções.
Estágio 4 — Muito grave (GOLD 4)
- VEF₁ < 30%
- Sintomas severos, oxigênio suplementar pode ser necessário, qualidade de vida seriamente comprometida.
Por que a DPOC é perigosa?
Primeiramente, a DPOC afeta mais do que a respiração. Ela aumenta o risco de várias outras complicações graves, como:
- Insuficiência respiratória;
- Hipertensão pulmonar e falência do lado direito do coração;
- Infecções recorrentes e internações frequentes; e
- Perda da capacidade funcional e independência.
- Além disso, crises súbitas de agravamento dos sintomas podem colocar a vida do paciente em risco imediato. Por isso, a prevenção dessas crises é um dos principais objetivos do tratamento.
DPOC tem cura?
Não. A DPOC é uma condição crônica e progressiva. Isso significa que, embora não seja possível reverter, é possível controlar e tratar seus sintomas com acompanhamento médico regular.
Tratamento para DPOC: como controlar a doença?
Embora não tenha cura, a DPOC pode ser bem controlada com um tratamento multidisciplinar que inclui:
- Broncodilatadores: medicamentos que relaxam os músculos ao redor das vias aéreas, ou seja, facilitam a respiração;
- Corticosteroides inalatórios que reduzem inflamações;
- Vacinas anuais contra gripe, pneumonia e vírus sincicial respiratório;
- Reabilitação pulmonar com exercícios supervisionados e educação sobre a doença;
- Oxigenoterapia – indicada em casos mais graves; e
- Mudanças no estilo de vida, como cessar o tabagismo, praticar atividade física leve, manter o peso saudável e evitar poluentes.
Por isso, o acompanhamento médico regular e a adesão ao tratamento são fundamentais para desacelerar a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida.
Informação, prevenção e qualidade de vida
Portanto, a DPOC exige atenção e cuidado contínuos. Reconhecer os sintomas, buscar diagnóstico precoce e seguir o tratamento são atitudes que fazem toda a diferença.
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