Zelar pela própria saúde é essencial, especialmente quando o assunto é prevenção. No caso dos homens, o exame PSA é um aliado fundamental na detecção precoce do câncer de próstata – o segundo tipo de câncer mais incidente na população masculina brasileira, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma (tipo de tumor de menor gravidade e alto índice de cura quando diagnosticados precocemente).
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são estimados 71.730 novos casos de câncer de próstata por ano no período de 2023 a 2025. Mesmo com números tão expressivos, muitos homens ainda resistem em procurar ajuda médica ou realizar exames preventivos. Medo, desinformação e preconceitos históricos ainda afastam muitos brasileiros da cura.
Neste artigo, vamos esclarecer o que é o exame PSA, como ele funciona, quem deve realizá-lo, qual o preparo necessário e, principalmente, porque esse exame simples pode fazer uma grande diferença.
O que é e para que serve o exame PSA
PSA é a sigla para Antígeno Prostático Específico (do inglês Prostate-Specific Antigen), uma proteína produzida exclusivamente pela próstata, uma glândula que faz parte do sistema reprodutor masculino. A principal função dessa proteína é ajudar a fluidificar o sêmen, facilitando a mobilidade dos espermatozoides.
O exame PSA é um teste simples, feito por meio da coleta de uma amostra de sangue. Ele mede a concentração dessa proteína no organismo e, por isso, é utilizado como um dos principais recursos para o rastreamento precoce do câncer de próstata. Além disso, também é indicado para acompanhar pacientes já diagnosticados ou que passaram por tratamento da doença.
Atente-se: níveis elevados de PSA não significam automaticamente câncer. O aumento pode ser causado por:
- Infecções urinárias ou prostáticas;
- Hiperplasia prostática benigna (HPB) – o aumento natural da próstata que costuma acontecer com o envelhecimento;
- Procedimentos médicos recentes na região; e
- Ejaculação recente ou esforço físico intenso (como andar de bicicleta).
Por isso, o resultado do PSA deve sempre ser analisado por um médico, em conjunto com outros exames e com o histórico do paciente.
Saiba mais: Câncer de próstata: o que é, sintomas e prevenção
Quem deve realizar o exame de PSA
De acordo com o Ministério da Saúde, homens a partir dos 50 anos devem fazer uma avaliação individualizada. Caso indicado, inicia-se o rastreamento com o PSA. Para grupos de maior risco, como homens negros e aqueles com histórico familiar de câncer de próstata em parentes de primeiro grau (pai, irmão, avô), a orientação é iniciar esse acompanhamento a partir dos 45 anos.
Esse cuidado antecipado é fundamental. Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), homens negros – devido à predisposição genética – têm cerca de 60% mais chance de desenvolver câncer de próstata e apresentam mortalidade 2,5 vezes maior do que homens brancos.
Quando iniciar o exame PSA
→ 45 anos: início recomendado para homens negros e com histórico familiar
→ 50 anos: início recomendado para homens sem fatores de risco
→ Avaliação individualizada: sempre com orientação médica
Outro dado importante: 20% dos casos são diagnosticados em estágios avançados, quando as chances de cura são menores. Já o diagnóstico precoce aumenta significativamente as taxas de sobrevida: mais de 90% dos casos diagnosticados em estágio inicial têm cura.
O rastreamento é uma estratégia populacional que visa identificar possíveis sinais da doença em pessoas assintomáticas. Mas a decisão de realizar o exame PSA deve ser sempre compartilhada com o médico, considerando fatores como:
- Idade;
- Histórico familiar;
- Expectativa de vida;
- Condições de saúde pré-existentes; e
- Avaliação de riscos e benefícios.
Como é o preparo do exame PSA
Apesar de ser um exame simples, o preparo é fundamental para garantir a precisão dos resultados. Veja algumas recomendações gerais:
- Evite ejaculação nas 48 horas anteriores ao exame;
- Não realize atividades como andar de bicicleta ou moto nos três dias que antecedem a coleta;
- Informe ao profissional de saúde se realizou toque retal ou outros procedimentos urológicos recentemente; e
- Siga as orientações do seu médico em relação a medicamentos e cuidados.
Por que isso é importante? Qualquer tipo de pressão ou estimulação da próstata pode aumentar temporariamente os níveis de PSA no sangue, o que pode gerar falsos positivos e levar a exames desnecessários ou preocupações indevidas.
O ideal é seguir à risca as recomendações do seu médico ou do laboratório para garantir a confiabilidade do resultado.
PSA total e livre: entenda a diferença
O exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) é usado principalmente no acompanhamento da saúde da próstata, ajudando a investigar alterações que podem ser benignas ou mais graves, como o câncer. No sangue, o PSA pode estar livre (circulando sozinho) ou ligado a outras proteínas, e essa diferença é importante para a interpretação médica.
O resultado do exame costuma trazer dois valores:
- PSA total: soma de todas as formas da proteína PSA no sangue (livres + ligadas a outras proteínas).
- PSA livre: fração do PSA que circula livremente na corrente sanguínea, sem ligação com outras proteínas.
Quando o PSA total está moderadamente elevado, a relação entre PSA livre e total pode ajudar a indicar se o aumento é provável de ser causado por câncer ou por condições benignas. De forma simplificada:
- Relação PSA livre/ PSA total acima de 25% do total → sugere causa benigna, menor risco de câncer.
- Relação PSA livre/ PSA total entre 15-25% → sugere risco moderado, exigindo acompanhamento mais próximo.
- Relação PSA livre/ PSA total menor de 15% → sugestivo de câncer
- Relação PSA livre/ PSA total menor de 10% → alto alerta, pode ultrapassar 50% de risco de câncer.
Esses números são apenas referências. O autodiagnóstico pode ser perigoso e gerar ansiedade desnecessária. Apenas o urologista poderá interpretar corretamente o resultado e indicar os próximos passos.
PSA Total X PSA Livre
| PSA Total | PSA Livre |
| Soma das formas livres + ligadas a outras proteínas | Apenas fração livre no sangue |
| Útil para rastreio geral | Auxilia na diferenciação de risco |
| Parte do exame de rotina | Solicitado em casos específicos |
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A prevenção ainda é a melhor estratégia contra o câncer. E o cuidado com a saúde masculina vai muito além do Novembro Azul. Ele deve estar presente o ano inteiro, com hábitos saudáveis, check-ups regulares e acompanhamento médico.
*Fontes:
