Enquanto você lê este texto, a insulina está agindo no seu corpo: precisa e essencial. Produzida pelo pâncreas, ela é um hormônio peptídico fundamental para o metabolismo da glicose e para a regulação energética do corpo. Afinal, o que sustenta sua energia no dia a dia não é apenas o que você come, mas também como o seu corpo transforma isso em vitalidade.
Quando essa engrenagem falha, o equilíbrio se rompe e podem surgir condições como o diabetes, que já afeta cerca de 16,8 milhões de brasileiros, segundo dados de 2025 do Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF), compilados pela Fiocruz. Por isso, entender como a insulina funciona é um passo importante para cuidar da própria saúde e prevenir complicações.
Qual a diferença entre insulina e glicose?
Antes de entender a insulina, precisamos falar da sua parceira inseparável: a glicose.
- Glicose: é o principal tipo de açúcar no sangue e a maior fonte de energia para o corpo. Ela vem, em grande parte, dos alimentos que comemos, especialmente os carboidratos.
- Insulina: é o hormônio produzido pelo pâncreas que permite que a glicose entre nas células e seja usada como energia.
Pense assim: a glicose é o combustível e a insulina é a chave do tanque. Sem a chave, o combustível não entra e sobra açúcar circulando no sangue. Com o tempo, isso pode causar desequilíbrios importantes, como a hiperglicemia.
| Glicose | Insulina |
| Fonte de energia | Hormônio regulador |
| Vem dos alimentos | Produzida no pâncreas |
| Circula no sangue | Permite a entrada da glicose nas células |
| Excesso gera hiperglicemia | Deficiência ou resistência leva ao diabetes |
O que é e para que serve a insulina?
Sua função é simples, mas vital:
- Ajudar a glicose a entrar nas células;
- Estimula o armazenamento de glicose no fígado na forma de glicogênio;
- Estimula a síntese de ácidos graxos e triglicérides no tecido adiposo e fígado;
- Estimula a síntese proteica ajudando na manutenção e crescimento muscular.
Resumindo, a insulina é o hormônio chave que permite às células absorverem glicose, armazenarem energia e crescerem, enquanto evita que o corpo use de forma inadequada suas reservas de glicose, gordura ou proteínas.
Quando a produção ou o uso não acontece da forma correta, os níveis de glicose aumentam. Esse cenário está presente em condições como diabetes tipo 1, tipo 2 e diabetes gestacional.
Além disso, a insulina também influencia outros processos metabólicos, como o armazenamento de gordura e a regulação de proteínas. Por isso, manter níveis adequados desse hormônio é essencial para o funcionamento saudável do organismo.
Estudo da NHLBI de 2023 mostra que dormir cerca de 1,5h a menos por noite por seis semanas aumenta a resistência à insulina em mulheres, efeito mais forte em mulheres da pós-menopausa. Mesmo sem ganho de peso significativo, houve elevação nos níveis de insulina e glicose em jejum.
Quando é necessário usar insulina injetável?
Em algumas pessoas, a produção natural de insulina pelo pâncreas é insuficiente ou inexistente. Nesses casos, é necessário suplementar com insulina sintética, aplicada por meio de injeções ou canetas aplicadoras, para manter os níveis de glicose sob controle.
Essa reposição pode ser temporária ou contínua, dependendo da orientação médica e do tipo de diabetes.
Conheça os tipos de insulina injetável
Nem toda insulina é igual. Existem diferentes tipos, que variam de acordo com o tempo de ação e a forma como ajudam a controlar a glicose.
| Tipo | Início de ação | Duração | Uso comum |
| Rápida ou ultrarrápida | 10 a 30 minutos | 3 a 5 horas | Antes das refeições |
| Regular (curta duração) | 30-60 minutos | 5 a 8 horas | Controle próximo às refeições |
| Intermediária (NPH) | 1 a 2 horas | 12 a 18 horas | Manutenção ao longo do dia |
| Prolongada (basal) | 1 a 2 horas | Até 24 horas | Manutenção dos níveis ao longo do dia/noite |
| Pré-misturada | Combinação rápida + intermediária | Varia | Casos específicos, conforme prescrição |
Importante: a escolha do tipo e a dose são sempre definidas pelo médico, de forma personalizada.
Qual é o nível de referência da insulina basal?
Os níveis de insulina variam ao longo do dia, conforme a alimentação e a atividade física. Em pessoas saudáveis, a insulina basal tem como valores referenciais, geralmente valores entre 2,0 a 25 microUI/mL, porém somente o médico poderá avaliar o resultado em conjunto com a glicemia de jejum e, em alguns casos, com outros exames como HOMA-IR (Índice de Resistência à Insulina). Já a glicemia em jejum possui como valores de referência a faixa de 70 e 99 mg/dL..
Por isso, check-ups regulares são fundamentais. Eles ajudam a identificar precocemente qualquer alteração na glicemia ou na ação da insulina, evitando complicações a longo prazo. Mesmo com valores de referência, apenas um profissional de saúde pode fazer uma análise completa e indicar o melhor tratamento para cada caso.
Quando pode ser necessário usar insulina?
O uso é indicado em algumas condições clínicas específicas. Veja os principais cenários:
1. Diabetes tipo 1
Ocorre quando o pâncreas para de produzir insulina. Por isso, a suplementação é essencial e diária. Normalmente, o diagnóstico acontece na infância ou adolescência, mas pode surgir em qualquer idade.
2. Diabetes tipo 2
Aqui, o corpo ainda produz insulina, mas as células não respondem bem a ela (resistência insulínica). Em muitos casos, está relacionado a fatores como obesidade, sedentarismo e alimentação desequilibrada.
Em alguns casos, segundo explicação do Dr. Drauzio Varella, o uso de insulina pode ser necessário para manter a glicemia controlada.
Leia mais: Diabetes tipo 2: entenda melhor a doença
3. Diabetes gestacional
Acontece durante a gravidez, quando os hormônios dificultam a ação da insulina. Algumas gestantes conseguem controlar a glicemia com alimentação e exercícios, mas em outras, a insulina é necessária para proteger a saúde da mãe e do bebê.
Dica extra: hábitos que ajudam a regular a insulina naturalmente
Mesmo que a insulina seja produzida pelo corpo, hábitos saudáveis fazem diferença no equilíbrio hormonal. Algumas atitudes que ajudam:
- Manter uma alimentação equilibrada, com fibras e menos açúcares simples;
- Praticar atividades físicas regularmente;
- Dormir bem e controlar o estresse; e
- Fazer exames de rotina.
Essas medidas ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina, reduzindo riscos de resistência e diabetes tipo 2.
Conte com a Araujo no seu cuidado diário
Agora que você já sabe o que é insulina, para que serve e como age no organismo, deu para perceber o quanto ela é essencial para a nossa saúde, certo?
Seja para esclarecer dúvidas, seja para garantir o tratamento correto, a Drogaria Araujo está ao seu lado com orientação, produtos e suporte para o seu bem-estar.
Fontes:
Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF),