Você já olhou a lista de ingredientes de um alimento e se perguntou: “o que é isso tudo?”. Se sim, é bem possível que você estivesse diante de um ultraprocessado: alimentos que parecem práticos, saborosos e inofensivos, mas que podem causar um verdadeiro descompasso no nosso corpo.
Neste artigo, vamos te explicar o que são os ultraprocessados, os malefícios que eles trazem à saúde e como fazer melhores escolhas no dia a dia. Tudo isso com base em evidências científicas e de forma simples.
Afinal, o que são alimentos ultraprocessados?
Sabe aquela salsicha ou lasanha congelada que você encontra no mercado? Eles são exemplos clássicos de alimentos ultraprocessados.
Segundo a classificação NOVA, criada por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), os alimentos são organizados com base no grau de processamento industrial, e não apenas pelos nutrientes. Essa abordagem inovadora, adotada pelo Guia Alimentar para a População Brasileira do Ministério da Saúde, divide os alimentos em quatro categorias principais:
- Alimentos in natura ou minimamente processados, como frutas, verduras, grãos e carnes frescas;
- Ingredientes culinários processados, como sal, açúcar e óleos;
- Alimentos processados, como queijos, pães e compotas;
- Alimentos ultraprocessados, que ocupam o último nível da escala.
Os ultraprocessados são formulações industriais feitas majoritariamente a partir de substâncias extraídas de alimentos, como óleos, gorduras, açúcares e proteínas isoladas. Mas também podem ser criadas em laboratório, como aditivos e compostos sintéticos – substâncias são usadas para imitar o sabor, a cor, a textura e o aroma de alimentos naturais, além de aumentar a durabilidade e o apelo comercial do produto.
Entre os ingredientes mais comuns encontrados em alimentos ultraprocessados estão:
- Corantes artificiais para dar cor mais intensa ou imitar o visual de frutas e vegetais;
- Aromatizantes e flavorizantes para reproduzir ou intensificar sabores que não estão naturalmente presentes;
- Realçadores de sabor, como o glutamato monossódico, que acentuam o gosto e estimulam o apetite;
- Conservantes químicos que evitam o crescimento de micro-organismos e prolongam a validade;
- Açúcares e gorduras refinadas, usados em excesso para tornar o produto mais palatável e viciante.
Esses alimentos são altamente atrativos, mas pobres em nutrientes essenciais e ricos em calorias vazias, sal, gordura e aditivos, o que os torna prejudiciais quando consumidos com frequência.
Mas qual a diferença entre processado e ultraprocessado?
Essa é uma dúvida comum e super importante.
- Processados são alimentos que passaram por alguma modificação, como cozimento, fermentação ou adição de sal, açúcar ou óleo. Exemplo: queijo, pão artesanal e compota de frutas.
- Ultraprocessados vão muito além. São formulações criadas para ter alta durabilidade, baixo custo de produção e muito apelo sensorial (aquele sabor viciante, sabe?).
Assim, lembre-se: quanto mais ingredientes artificiais, nomes técnicos ou aditivos que você não reconhece no rótulo, mais distante esse produto está da comida de verdade.
Os malefícios dos ultraprocessados para a saúde
Estudos mostram que o consumo frequente de ultraprocessados está associado a uma série de doenças crônicas:
- Obesidade e sobrepeso: por serem calóricos e pobres em fibras e nutrientes, esses produtos dificultam a saciedade e favorecem o ganho de peso;
- Diabetes tipo 2: o excesso de açúcar adicionado e de gorduras ruins altera a resposta à insulina no corpo;
- Hipertensão e doenças cardiovasculares: muitos ultraprocessados são carregados de sódio e gorduras trans, vilões da saúde do coração;
- Câncer: segundo o The Guardian (com validação da OMS) carnes processadas como salsicha e presunto foram classificadas como potencialmente cancerígenas.
Por fim, um dado importante: um estudo publicado no British Medical Journal revelou que um aumento de 10% na ingestão de calorias provenientes de ultraprocessados, o risco de mortalidade aumenta em 14%.
Como evitar ultraprocessados no dia a dia?
Com pequenas mudanças, você pode reduzir bastante o consumo e ganhar mais saúde e disposição.
1. Leia os rótulos com atenção
Ao escolher um produto, olhe a lista de ingredientes. Ligue o alerta se ela for muito longa ou estiver cheia de nomes difíceis de pronunciar (como glutamato monossódico, xarope de frutose ou corante caramelo IV).
Regra prática: quanto menos ingredientes e mais reconhecíveis, melhor.
Dica: ingredientes são listados em ordem decrescente de quantidade. Se o açúcar está entre os primeiros, modere o consumo.
2. Priorize alimentos in natura e minimamente processados
Aqui está o segredo de ouro da alimentação saudável: comida de verdade. São aqueles alimentos que vêm da natureza e passaram por poucas (ou nenhuma) intervenções industriais.
Exemplos para sua rotina:
- Café da manhã: frutas, ovos mexidos e aveia;
- Almoço e jantar: arroz, feijão, legumes e carnes frescas;
- Lanches: castanhas, frutas frescas e iogurte natural sem açúcar.
Além de nutritivos, esses alimentos são ricos em fibras, vitaminas e minerais – tudo o que seu corpo precisa para funcionar bem. E acima de tudo: eles não precisam de corantes ou conservantes para fazer bem.
3. Planeje suas refeições e ganhe autonomia
A falta de tempo é a melhor amiga dos ultraprocessados. Quando a fome aperta e não há nada pronto, é comum recorrer ao que é mais rápido e geralmente, mais industrializado.
A solução? Organização!
- Separe um momento na semana para pensar nas refeições dos próximos dias;
- Faça uma lista de compras focada em alimentos frescos;
- Cozinhe porções extras e congele marmitas; e
- Tenha lanches saudáveis já porcionados na geladeira ou na bolsa.
Planejar é um ato de autocuidado. E, aos poucos, essa prática vira hábito.
4. Tenha alternativas saudáveis sempre à mão
A princípio, o lanche da tarde não precisa vir embalado. Existem muitas opções gostosas e práticas que alimentam de verdade e ainda matam a vontade de beliscar.
Que tal experimentar?
- Castanhas, nozes e amêndoas (em pequenas porções);
- Frutas secas, como damasco e uva-passa (sem adição de açúcar);
- Iogurte natural ou kefir;
- Pão integral com pasta de abacate ou homus;
- Chás naturais, sem adoçantes artificiais.
Logo, deixe esses lanchinhos já separados em potes ou saquinhos reutilizáveis. Isso ajuda a evitar decisões impulsivas e mantém o foco na alimentação consciente.
Leia mais: Dieta saudável – passo a passo para criar um cardápio que realmente funciona.
E se eu consumir ocasionalmente?
A palavra mágica aqui é equilíbrio. Não é preciso radicalizar ou cortar tudo de uma vez. O problema está no excesso e na frequência.
Assim, faça com que os ultraprocessados ocupem cada vez menos espaço no seu prato e na sua despensa. E, quando consumir, faça isso de forma consciente.
Sua saúde começa pelas suas escolhas
Agora que você já sabe o que são os ultraprocessados, quais são seus riscos e como evitá-los, fica mais fácil fazer escolhas que respeitam o seu corpo e a sua saúde.
Na Drogaria Araujo, incentivamos um estilo de vida mais leve, equilibrado e consciente. Afinal, seja no cuidado diário com o seu bem-estar, na escolha dos melhores suplementos ou na construção de uma alimentação mais saudável, estamos ao seu lado em cada decisão.
Por isso, escolha alimentos de verdade. Escolha cuidar de você e viver com mais saúde, energia e leveza.