Quem nunca se sentiu desconfortável com uma espinha e acabou não resistindo em espremê-la? Conheça os motivos que farão você pensar duas vezes antes de repetir esse erro. Falamos também sobre o que pode causar uma espinha. Saber identificar possíveis causas é fundamental para aprender a preveni-la e a tratá-la.
Quem nos auxilia a entender melhor sobre o assunto é a médica Raquel Quintão Marchetti CRM-MG 67676 (@draraquelmarchetti), especialista em Dermatologia pela Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Juiz de Fora e titulada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Existe diferença entre acne e espinha?
A espinha tem seu nome mais popularmente conhecido, mas a doença de pele é chamada acne. Ela é causada por aumento da produção de sebo (gordura) na pele, aumento da colonização bacteriana e pela hiperqueratinização folicular (alteração na formação das camadas da pele). Ela se apresenta por meio dos cravos, espinhas e cistos. Ou seja, as espinhas compõem a acne.
Elas podem ser bastante dolorosas; em casos mais graves, cistos podem se desenvolver sob a pele, formando inclusive abscessos. E, apesar de o rosto ser uma das áreas mais afetadas, as espinhas podem aparecer também em locais como costas, colo e ombros, em pessoas de diferentes idades, independentemente do gênero.
Qual a diferença entre cravo e espinha?
Quando os poros da pele ficam entupidos de sebo, não conseguindo eliminar impurezas e servindo como foco para bactérias, formam-se os cravos; quando eles liberam seu material interno em um processo mais inflamatório, formam-se as espinhas. Os dermatologistas nomeiam as lesões da seguinte maneira: os cravos são os comedões, aquelas lesões usualmente pretas (comedões abertos) ou de coloração mais clara (comedões fechados), e as espinhas são as pápulas e pústulas, que já apresentam um conteúdo mais inflamatório, por vezes com pus dentro.
O que causa a espinha?
As causas são diversas e devem ser avaliadas por um profissional especializado; ele poderá fazer um diagnóstico correto, assim como conduzir o tratamento mais adequado. Abaixo, listamos alguns possíveis desencadeadores que merecem atenção.
- Adolescência: com a chegada da adolescência aumentam os hormônios que estimulam a produção de oleosidade, deixando a pele mais suscetível ao aparecimento da acne. Nesse período, é importante também investigar se existe histórico familiar de acne mais grave, uma vez que esse fator aumenta as chances de desenvolvimento de formas mais graves de acne.
- Doença hormonal: distúrbios hormonais podem impactar no aumento da produção de oleosidade pela pele, como é o caso da Síndrome dos Ovários Policísticos.
- Má alimentação: embora não haja um estudo conclusivo comprovando a relação direta entre acne e alimentação, algumas pessoas notam uma piora da acne após a ingestão de certos tipos de alimentos. Procure observar o que você ingere e se há piora na sua acne. A médica Raquel Marchetti chama a atenção, por exemplo, para a ingestão excessiva de carboidratos de alto índice glicêmico (como os açúcares), que pode piorar ou contribuir para o surgimento da acne.
- Estresse: quadros de estresse podem levar à liberação maior de um hormônio chamado cortisol, responsável por aumentar a oleosidade da pele. Além disso, a própria ansiedade pode interferir no desejo de apertar as lesões, gerando marcas e mais inflamação no local.
- Limpeza incorreta da pele: quando não bem higienizada, a pele do rosto pode acumular oleosidade, facilitando o surgimento da acne.
- Uso de medicamentos: o uso de alguns anti-inflamatórios e corticoides pode ser uma causa de acne.
- Acne da mulher adulta: muito comum, ela varia com o ciclo menstrual e não significa problemas hormonais.
- Uso prolongado de máscaras: ele gera calor e abafamento no local e, ao concentrar a transpiração da pele e obstruir os poros, pode acabar favorecendo a acne.
Por que não podemos espremer espinhas?
Além de não resolver e até mesmo piorar o quadro, espremer as espinhas pode deixar cicatrizes. “A acne já é uma doença inflamatória. Contudo, quando a manipulamos ou esprememos, aumenta-se a reação inflamatória no local, gerando um potencial maior para cicatrizes e manchas. Chamamos esse quadro de hipercromia pós-inflamatória”, explica Raquel.
Como acabar com as espinhas?
1. Faça skincare:
Lave o rosto 2 vezes por dia com um sabão para o seu tipo de pele. Além da higienização, os demais produtos do passo a passo do skincare devem ser específicos para a pele acneica, incluindo hidratantes e protetores solares;
2. Tenha uma alimentação saudável:
Buscar um estilo de vida que inclua uma alimentação saudável e equilibrada tem reflexos diretos na boa saúde da pele;
3. Peeling químico:
Em alguns casos, o peeling químico é o tratamento indicado. Além de controlar a oleosidade e tratar a inflamação, ele pode melhorar a textura da pele e amenizar manchas, cicatrizes, rugas e linhas de expressão.
4. Faça exercícios físicos:
A prática de exercício físico diminui os níveis de estresse, um dos desencadeadores da acne.
5. Consulte-se com um dermatologista:
Evite a automedicação e procure ajuda especializada. A acne é uma doença e um dermatologista está capacitado para diagnosticar e tratar essa condição. A acne possui tipos diferentes e bastante efetivos de tratamentos, mesmo para quadros graves e persistentes de espinhas.