A obesidade é mais do que apenas um número na balança — é uma condição que afeta milhões de pessoas no mundo inteiro, com impactos significativos na saúde física, mental e na qualidade de vida.
Neste artigo, explicamos de forma clara tudo o que você precisa saber sobre as causas, diagnóstico e as consequências dessa condição, assim como os possíveis tratamentos para a doença.
O que é obesidade?
A obesidade é uma condição caracterizada pelo excesso de gordura corporal que coloca em risco a saúde do portador. O diagnóstico mais utilizado, de acordo com informações da OMS, é baseado no Índice de Massa Corporal (IMC), que calcula a relação entre o peso e a altura. Veja as faixas de IMC:
- IMC 34,9: Obesidade grau 1
- IMC 35-39,9: Obesidade grau 2
- IMC acima de 40: Obesidade grau 3
Por exemplo, uma pessoa com 1,70 m de altura e 120 kg teria um IMC de aproximadamente 41, sendo classificada com obesidade severa. Essa é a forma mais grave da condição e está associada a riscos elevados de doenças como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Atualmente, também deve-se considerar, além do IMC, o percentual de gordura corporal e a distribuição da gordura. Estas avaliações são realizadas por métodos de imagem – densitometria de corpo total – e pela medida da circunferência abdominal, respectivamente.
Causas da obesidade: por que acontece?
A obesidade pode ter múltiplas causas, que variam entre fatores genéticos, comportamentais e ambientais. Vamos detalhar algumas das mais comuns:
- Genética: Algumas pessoas possuem uma predisposição para acumular gordura. Históricos familiares de obesidade, por exemplo, aumentam as chances de a pessoa também desenvolver a condição.
- Hábitos alimentares: Dietas ricas em alimentos processados e pobres em nutrientes, como fast-food e refrigerantes, são vilões no ganho de peso. Uma refeição com hambúrguer, batata frita e refrigerante, por exemplo, pode ultrapassar 1.000 calorias, o que está muito acima das necessidades diárias de energia.
- Sedentarismo: A falta de atividade física reduz a queima de calorias. Com a rotina moderna de trabalho remoto e tempo prolongado em frente a telas, muitas pessoas se exercitam cada vez menos.
- Saúde mental: Fatores como ansiedade, estresse e depressão podem levar ao consumo excessivo de alimentos como forma de compensação emocional.
- Doenças ou medicamentos: Doenças que restringem a mobilidade da pessoa, mesmo que de forma temporária, ou medicamentos, como corticoides, podem alterar o metabolismo e facilitar o ganho de peso.
Quais os sintomas a pessoa com obesidade pode sentir?
Uma pessoa com obesidade pode sentir:
- Dificuldade para respirar: Atividades simples, como subir escadas ou amarrar sapatos, podem se tornar desafiadoras.
- Fadiga constante: A obesidade piora a qualidade do sono, gerando cansaço e sonolência diurna.
- Dores nas articulações: O excesso de peso sobrecarrega joelhos, quadris e coluna.
No caso da obesidade severa, podem surgir mais complicações, como apneia do sono e refluxo gástrico. Por exemplo, uma pessoa pode relatar roncos altos e interrupções da respiração durante a noite, sintomas típicos da apneia.
Consequências da obesidade na saúde
Como podemos observar, as consequências da obesidade vão além do aumento do peso e da estética. Há impactos profundos na saúde, aumentando os riscos de:
- Doenças crônicas: diabetes, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Segundo estudo analisado pelo portal Drauzio Varella, pessoas com IMC elevado têm até 2,5 vezes mais chances de desenvolver diabetes.
- Redução da mobilidade: A limitação nos movimentos pode dificultar atividades cotidianas, como andar ou levantar objetos, sem falar no prejuízo à prática de exercício físico.
- Desafios psicológicos: Sentimentos de exclusão social e baixa autoestima podem se intensificar e evoluir para um quadro de ansiedade, depressão e transtornos alimentares.
Como é feito o diagnóstico da obesidade?
O diagnóstico da obesidade é clínico e começa com uma avaliação abrangente realizada por profissionais de saúde. O cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC) é frequentemente usado como um ponto de partida, ajudando a identificar casos de excesso de peso e obesidade com base na relação entre altura e peso.
Além disso, sobre a circunferência abdominal, valores acima de 88 cm para mulheres e 102 cm para homens podem sinalizar um risco elevado para doenças cardiovasculares.
Exames de sangue também são essenciais nessa investigação, pois permitem detectar condições associadas, como níveis elevados de colesterol ou diabetes. É fundamental também uma conversa detalhada com o médico para uma avaliação do histórico clínico, incluindo hábitos alimentares, padrões de atividade física e fatores emocionais, o que ajuda a personalizar o plano de tratamento para cada paciente.
Tipos de obesidade
Você sabia que existem diferentes tipos de obesidade? A localização da gordura corporal também importa e influencia os riscos associados. Na lista abaixo te explicamos melhor os tipos mais conhecidos:
- Obesidade Ginoide: Gordura localizada nos quadris e coxas, sendo mais comum em mulheres.
- Obesidade Androide: Gordura acumulada na região abdominal, o que a torna mais associada a riscos cardiovasculares.
- Obesidade Metabólica: Relacionada a doenças metabólicas como diabetes e hipertensão.
Para ficar mais claro, considere um homem com “barriga de cerveja”. Esta é uma característica da obesidade androide e o paciente deve redobrar os cuidados com o coração.
Lembre-se de manter o acompanhamento médico contínuo para receber as melhores orientações, pois cada um desses fatores variam de pessoa para pessoa e somente um médico especializado pode fazer a melhor avaliação.
Como tratar a obesidade?
Se você desconfia que está acima do peso ou possui obesidade, consultar um médico é essencial. As principais orientações são:
- Priorize alimentos naturais e evite ultraprocessados, como congelados ou produtos enlatados. Considere iniciar um acompanhamento nutricional;
- Pratique atividades físicas regularmente;
- Cuide da sua saúde mental, buscando apoio psicológico para lidar com gatilhos emocionais relacionados à alimentação;
- Mantenha uma rotina de sono adequada, com 7 a 8 horas de sono por noite, sem distrações de eletrônicos.
Além disso, vale considerar que uma pessoa com obesidade pode beneficiar-se de dieta supervisionada ou, a depender da gravidade, até de tratamento cirúrgico, desde que orientados pelo médico.
A obesidade é uma condição complexa que vai além de questões estéticas. Ela envolve fatores genéticos, ambientais, psicológicos e comportamentais. A jornada para perder peso de forma saudável começa com pequenos passos, e o primeiro deles você já começou: se informar!
Este artigo foi revisado pela médica endocrinologista Dra Thaís Pereira Costa Magalhães CRMMG 36771 drathaismagalhaes.com.br