Além de ajudar na perda de peso, a caneta para tratar obesidade é uma opção para atuar diretamente na prevenção de doenças cardiovasculares, como infarto, AVC e hipertensão. Ou seja, o que parece um simples tratamento para controlar o apetite, na verdade, pode ser um grande aliado da saúde do coração.
Neste artigo, você vai entender como esses medicamentos injetáveis funcionam, como impactam positivamente o metabolismo e quais benefícios reais oferecem à saúde.
Muito além da perda de peso: um impacto direto na saúde cardiovascular
Quando falamos em obesidade, é comum pensarmos apenas nos quilos extras na balança. Mas o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal, é um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como pressão alta, infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
Estudo publicado no periódico Cell Metabolism mostrou que perder entre 5% e 10% do peso corporal já é suficiente para melhorar a função cardíaca, reduzir a inflamação e normalizar níveis de colesterol e glicemia.
É aqui que entram as chamadas canetas para tratar obesidade, medicamentos injetáveis que imitam o hormônio GLP-1, responsável por controlar o apetite, reduzir a velocidade de digestão e melhorar a regulação da glicose.
Mas os benefícios vão além da perda de peso: eles se estendem ao controle da pressão arterial, redução de gordura no fígado, melhora dos níveis de colesterol e prevenção de eventos cardiovasculares maiores, como infartos e AVCs.
Como funciona a caneta para tratar obesidade?
As canetas para emagrecer, como a semaglutida (nome comercial Ozempic® ou Wegovy®), são medicamentos que agem como agonistas do receptor de GLP-1, uma substância que imita um hormônio natural do corpo. Elas simulam a ação desse hormônio no organismo, oferecendo três efeitos principais:
- Aumentam a sensação de saciedade – a semaglutida faz com que a pessoa sinta menos fome e fique satisfeita mais rapidamente, o que naturalmente leva à ingestão de menos calorias;
- Diminuem a velocidade de esvaziamento do estômago – retardam o tempo que o alimento leva para sair do estômago, prolongando a sensação de saciedade após as refeições. Isso significa que, além de comer menos, a pessoa demora mais tempo para sentir fome;
- Ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue – a semaglutida também estimula a liberação de insulina e reduz a produção de glucagon (um hormônio que eleva a glicose), ajudando a manter os níveis de açúcar no sangue sob controle, o que é essencial para pessoas com diabetes tipo 2.
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Essas ações em conjunto promovem perda de peso de forma gradual e segura, mas o mais interessante é que esses medicamentos também protegem o coração. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine mostrou que pacientes com diabetes que usaram a semaglutida tiveram redução significativa no risco de eventos cardiovasculares maiores (infarto, AVC e morte cardiovascular).
Caneta para tratar obesidade previne infarto e AVC?
Em 2023, um estudo com mais de 17 mil pacientes com sobrepeso e doenças cardiovasculares demonstrou que a semaglutida reduziu em 20% o risco de infartos, AVCs e morte por causas cardíacas. O estudo SELECT, apresentado no Congresso Europeu de Cardiologia, reforça o potencial desses medicamentos como parte de uma estratégia de prevenção secundária.
Essa descoberta é um marco importante: mostra que medicamentos inicialmente voltados para o tratamento da obesidade ou diabetes tipo 2 também podem salvar vidas por meio do cuidado com o coração.
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Um tratamento seguro – e que exige prescrição médica
Apesar de todos os benefícios, as canetas para tratar obesidade não são indicadas para qualquer pessoa. Elas fazem parte de uma estratégia clínica que deve ser indicada exclusivamente por um médico, com base em histórico de saúde, exames laboratoriais e avaliação do risco cardiovascular.
Automedicação jamais deve ser uma opção. Além de ser perigosa, ela pode mascarar sintomas importantes e trazer efeitos colaterais, como náuseas, constipação, queda de pressão ou hipoglicemia. A semaglutida, por exemplo, está contraindicada para pessoas com histórico de pancreatite ou câncer de tireoide.
Por isso, sempre consulte um endocrinologista ou clínico geral para entender se faz sentido para você qualquer tipo de terapia com medicamentos injetáveis.
O que mais você pode fazer para prevenir doenças cardiovasculares?
O uso de medicamentos é apenas uma das ferramentas para cuidar do coração. Um plano de prevenção cardiovascular deve envolver:
- Alimentação balanceada
Invista em uma alimentação rica em fibras e pobre em gorduras saturadas. Priorize alimentos frescos, evite o sal em excesso e fique atento aos rótulos.
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- Atividade física regular
A prática de pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana (como caminhada, dança, natação ou bicicleta) ajuda a controlar o peso, reduzir a pressão arterial, melhorar os níveis de colesterol e, assim, regular o açúcar no sangue.
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- Controle do estresse
O estresse crônico libera hormônios como o cortisol e a adrenalina, que podem sobrecarregar o coração, elevar a pressão arterial e aumentar o risco de eventos cardíacos. Respirar fundo, meditar, rir mais e dormir bem são atitudes simples que ajudam a equilibrar corpo e mente.
- Acompanhamento médico periódico
Mesmo sem sintomas aparentes, fazer exames periódicos é essencial, pois eles ajudam a identificar fatores de risco silenciosos, como hipertensão arterial, colesterol alto, pré-diabetes e inflamação crônica.
- Evitar tabagismo e consumo excessivo de álcool
O cigarro danifica as artérias, aumenta o risco de coágulos e reduz a oxigenação do sangue. Já o consumo excessivo de álcool pode elevar a pressão arterial e causar inflamação cardíaca. Portanto, ambos são grandes vilões da saúde cardiovascular.
Emagrecer com propósito: o caminho é o cuidado, o destino é a saúde
As canetas para tratar obesidade marcam um avanço importante na forma como tratamos o sobrepeso. Além de desempenharem papel importante na prevenção e no cuidado com o coração.
Perder peso é um passo importante, mas cuidar do coração é o que garante saúde e qualidade de vida. Isso só é possível com orientação médica, hábitos saudáveis e informação confiável.
Este artigo foi revisado pela médica endocrinologista Dra Thaís Pereira Costa Magalhães CRMMG 36771 drathaismagalhaes.com.br
