Mais do que um número na balança, o IMC – Índice de Massa Corporal – é um dos principais indicadores usados por médicos e nutricionistas para entender se o peso está adequado à altura.
Recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o IMC é, assim, uma forma prática e acessível de avaliar possíveis riscos relacionados ao excesso ou à falta de peso.
Neste artigo, você vai aprender como calcular o IMC, conhecer a tabela oficial de classificação, entender o que ele revela sobre sua saúde e, sobretudo, descobrir por que manter uma faixa de peso ideal é tão importante para o bem-estar físico, mental e emocional.
Para que serve o Índice de Massa Corporal (IMC)?
O Índice de Massa Corporal foi criado como uma maneira simples de avaliar se uma pessoa está com baixo peso, peso adequado ou excesso de peso. A OMS recomenda seu uso globalmente como um indicador útil de saúde pública, ajudando a identificar populações em risco para doenças crônicas como diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares.
No entanto, vale lembrar: o IMC não substitui diagnósticos médicos. Isso porque ele é um ponto de partida para investigações mais profundas, sempre com acompanhamento de profissionais de saúde.
Previna-se: Diabetes e alimentação: confira 5 dicas que podem salvar sua saúde
Descubra como calcular o seu IMC
A fórmula do IMC é simples: IMC = Peso (kg) ÷ Altura² (m)
Exemplo: uma pessoa com 70 kg e 1,70 m de altura
IMC = 70 ÷ (1,70 × 1,70) = 70 ÷ 2,89 = 24,2
É possível comparar esse número à tabela de classificação da OMS, que explicamos a seguir.
Confira a tabela de classificação do IMC
Classificação | IMC (kg/m²) |
Abaixo do peso | Menor que 18,5 |
Peso adequado | 18,5 a 24,9 |
Sobrepeso | 25 a 29,9 |
Obesidade grau 1 | 30 a 34,9 |
Obesidade grau 2 | 35 a 39,9 |
Obesidade grau 3 | 40 ou mais |
Essa classificação é válida para adultos de 18 a 60 anos, homens e mulheres.
E crianças, idosos e gestantes?
- Crianças e adolescentes: o IMC é analisado por meio de curvas específicas de crescimento, levando em conta idade e sexo.
- Idosos: a referência considerada adequada costuma variar entre 22 e 27 kg/m².
- Gestantes: o IMC deve ser avaliado dentro do contexto da gestação, com orientações médicas individualizadas.
Veja mais: Como a saúde mental influencia o emagrecimento
O que o IMC revela
O IMC é um indicador prático, mas ele não avalia a composição corporal. Ou seja, não mostra se o peso vem de gordura, músculo ou líquidos. Duas pessoas com o mesmo IMC podem ter corpos totalmente diferentes.
Por isso, o resultado do IMC deve ser interpretado com apoio médico ou nutricional. Profissionais podem solicitar exames complementares e avaliar aspectos como circunferência abdominal, percentual de gordura e fatores metabólicos.
As causas por trás do sobrepeso e da obesidade
De acordo com a OMS, o sobrepeso e a obesidade resultam de um desequilíbrio entre o que consumimos e o que gastamos de energia. Mas isso não se resume a comer demais e se movimentar pouco. Geralmente, a obesidade é uma condição multifatorial, influenciada por:
- Ambientes obesogênicos
São aqueles contextos que estimulam o ganho de peso e dificultam escolhas saudáveis, com alta disponibilidade de alimentos ultraprocessados, pouca oferta de comida fresca e falta de espaços acessíveis e seguros para atividade física.
- Fatores psicossociais e emocionais
Estresse crônico, ansiedade, depressão, compulsão alimentar e traumas emocionais impactam diretamente o apetite, o metabolismo e as escolhas alimentares, tornando o cuidado com o peso ainda mais complexo.
- Predisposição genética ou doenças associadas
Algumas pessoas têm maior tendência biológica ao acúmulo de gordura corporal, além de condições como SOP ou uso de medicamentos que alteram o metabolismo e o peso corporal.
- Falta de acompanhamento profissional desde os primeiros sinais
Muitas vezes, o cuidado com o peso só acontece tardiamente, quando a obesidade já se instalou ou surgiram doenças associadas, como diabetes e hipertensão, dificultando a reversão do quadro.
Além disso, o que está por trás da epidemia global de obesidade é um cenário social e estrutural e não apenas escolhas individuais. Acima de tudo, o combate à obesidade começa com educação, acesso a alimentos saudáveis, políticas públicas e ambientes favoráveis a hábitos saudáveis.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, em 2021, cerca de 3,7 milhões de mortes por doenças crônicas (como diabetes, câncer e problemas cardiovasculares) foram atribuídas a um IMC acima da faixa saudável.
Por que é tão importante manter o seu peso em uma faixa saudável?
Manter o peso adequado, de acordo com a tabela de IMC, não é sobre estética, é sobre saúde. O excesso de gordura, especialmente na região abdominal, aumenta os riscos de:
- Pressão alta;
- Diabetes tipo 2;
- Problemas no fígado e rins;
- Doenças cardiovasculares, incluindo AVCs;
- Distúrbios respiratórios; e
- Baixa autoestima, ansiedade e depressão.
Bem como os impactos à saúde física e mental, a obesidade também gera impactos sociais e econômicos. A OMS estima que os custos globais relacionados ao sobrepeso podem chegar a US$ 18 trilhões até 2060, caso nenhuma medida seja tomada.
O que fazer com o resultado do IMC?
Se o seu IMC estiver fora da faixa adequada, o primeiro passo é buscar ajuda profissional. O cuidado com o peso deve vir com acolhimento, informação de qualidade e mudanças consistentes no estilo de vida.
Entre os caminhos recomendados:
- Alimentação rica em fibras, legumes, frutas, proteínas e grãos integrais;
- Redução de alimentos ultraprocessados, com alto teor de açúcar e gordura;
- Prática regular de atividade física (caminhadas, dança, esportes, academia);
- Sono de qualidade e manejo do estresse;
- Redução do tempo de tela e sedentarismo; e
- Apoio de médico, nutricionista e educador físico.
Lembre-se: saúde é um processo contínuo e cada corpo tem seu tempo. Comece com pequenas mudanças e conte com o apoio certo.
IMC é um ponto de partida, não um ponto final
Agora que você já sabe como calcular o IMC e entende melhor o que ele representa, fica mais fácil perceber que esse número vai muito além da balança. Ele é um sinal de alerta, um termômetro da saúde, não um veredito.
O mais importante é caminhar em direção a uma vida com mais prevenção, equilíbrio e bem-estar. E lembrar: saúde não é sobre padrão, é sobre cuidado verdadeiro com você mesmo.
*Fontes:
Este artigo foi revisado pela médica endocrinologista Dra Thaís Pereira Costa Magalhães CRMMG 36771 drathaismagalhaes.com.br