O glaucoma é uma das principais causas de perda visual evitável no mundo. E, justamente por ser uma doença silenciosa, ainda levanta muitas dúvidas. Estudos populacionais reunidos pela Conitec indicam que entre 2% e 3% das pessoas acima de 40 anos têm glaucoma, frequentemente sem perceber.
Neste artigo, vamos entender o que é o glaucoma, quais são os seus sintomas e tratamentos. Aqui na Araujo, nosso objetivo é oferecer informações confiáveis, práticas e precisas para que você possa agir com mais consciência.
Quais são os sinais e sintomas da doença?
Um dos principais desafios do glaucoma é que seus sintomas geralmente aparecem tarde, quando o comprometimento da visão já é significativo. Isso porque o nervo óptico vai sendo comprometido aos poucos, e a pessoa pode não notar visão turva até que a perda visual periférica esteja avançada ou significativa o suficiente para ser percebida.
Sinais a observar
- Perda gradual da visão lateral: aquela sensação de não enxergar bem o que acontece pelos cantos dos olhos. Esse é um dos primeiros sinais do glaucoma, mas costuma passar despercebido.
- Em estágios mais avançados: visão central comprometida, dificuldades para enxergar em ambientes com pouca luz, ou visão em túnel (quando a pessoa perde a visão periférica e enxerga apenas o que está bem à sua frente)); e
- Em tipos agudos (menos comuns): dor intensa no olho, visão turva súbita, halos coloridos ao redor das luzes.
Importante lembrar: quem tem fatores de risco (como histórico familiar, pressão intraocular alta, miopia ou uso prolongado de corticosteroides) deve ficar ainda mais atento.
Segundo a organização BrightFocus, cerca de 80 milhões de pessoas no mundo têm glaucoma, e metade das pessoas não sabe que têm. Por isso, a recomendação de realizar exames oftalmológicos regulares, mesmo sem dor ou sintomas visíveis, torna-se fundamental.
Quais são os tipos de glaucoma?
Para entender se glaucoma tem cura ou quais os tratamentos, é importante saber que existem diferentes variantes, cada qual com características próprias. Aqui vão os principais.
Glaucoma de ângulo aberto (chamado também de primário de ângulo aberto)
O glaucoma de ângulo aberto é o tipo mais comum da doença e costuma evoluir de forma silenciosa. Nesse caso, o ângulo por onde o líquido do olho deveria escoar permanece aberto, mas o sistema de drenagem não funciona bem, fazendo com que a pressão intraocular aumente aos poucos. Como esse processo é lento e não causa dor, a pessoa geralmente não percebe sinais no início, o que torna o diagnóstico precoce essencial para evitar danos ao nervo óptico e perda de visão.
Dados do Scientific Reports (Nature, 2021) indicam que cerca de 2,4% dos adultos com mais de 40 anos no mundo apresentam esse tipo de glaucoma.
Glaucoma de ângulo fechado
O glaucoma de ângulo fechado ocorre quando o ângulo por onde o líquido do olho deveria circular se fecha ou fica bloqueado de repente. Isso impede a drenagem adequada e faz a pressão intraocular subir rapidamente, causando dor intensa e alterações súbitas da visão. Por ser uma emergência oftalmológica, o atendimento deve ser imediato.
Embora seja menos comum que o glaucoma de ângulo aberto, esse tipo é mais grave e exige identificação e tratamento rápidos para evitar danos permanentes ao nervo óptico.
Outros tipos
Além dos tipos mais conhecidos, também existe o glaucoma secundário – que surge como consequência de outras doenças, traumas ou uso de certos medicamentos – e as formas congênita ou juvenil, que são mais raras, mas igualmente relevantes.
Em todos os casos, há risco de dano ao nervo óptico e de perda visual, embora cada variante tenha causas e ritmo de evolução diferentes.
Glaucoma tem cura? Entenda o tratamento
Voltando à pergunta: glaucoma tem cura? Até o momento, não é possível reverter danos que já foram feitos ao nervo óptico, segundo a Cleveland Clinic, 2024.
Porém, o tratamento tem como objetivo controlar a progressão, preservar a visão e evitar cegueira. Ou seja, quando há dano ao nervo óptico, ele não pode ser revertido, mas é possível estabilizar o quadro e evitar que a visão piore.
Principais frentes de tratamento
- Medicação na forma de colírios ou comprimidos para baixar a pressão intraocular (PIO) – base do tratamento em muitos casos;
- Procedimentos a laser ou cirúrgicos, quando os colírios não são suficientes ou em tipos mais graves; e
- Monitoramento constante com exames de pressão intraocular (PIO), campo visual, espessura da córnea.
A Cleveland Clinic lembra que o glaucoma requer acompanhamento permanente. Embora não haja cura, é possível manter a condição sob controle de forma segura e duradoura.
Medicações para o tratamento do glaucoma na Araujo
Na Araujo, você encontra medicamentos oftálmicos usados no tratamento do glaucoma, sempre mediante prescrição médica. A seguir, apresentamos alguns dos produtos disponíveis para auxiliar no controle da doença.
1. Xalatan® (latanoprosta 50 µg/mL solução oftálmica)
- Indicação: redução da pressão intraocular elevada em pacientes com glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular.
- Modo de usar: geralmente uma gota no(s) olho(s) afetado(s) à noite, conforme orientação médica.
2. Xalacom® (latanoprosta 50 µg/mL + maleato de timolol 5 mg/mL solução oftálmica)
- Indicação: redução da pressão intraocular em pacientes com glaucoma de ângulo aberto ou hipertensão ocular que não respondem adequadamente à monoterapia.
- Modo de usar: geralmente uma gota no(s) olho(s) afetado(s) por dia, conforme orientação médica.
Como prevenir a doença?
Se o glaucoma evolui de forma silenciosa, a melhor forma de agir é se antecipar. Fazer consultas regulares com o oftalmologista é como realizar revisões de rotina no seu corpo: quanto mais cedo um problema é identificado, maiores as chances de manter a visão saudável por muitos anos.
Orientações práticas
- A partir dos 40 anos (ou antes, se tiver fatores de risco) realize exames oftalmológicos regulares, inclusive medição da pressão intraocular e avaliação do nervo óptico.
- Fique atento a fatores de risco: histórico familiar, miopia grave, uso prolongado de corticosteroides, diabetes tipo 2, hipertensão, entre outros. Os estudos publicados no PubMed em 2024 apontam que o glaucoma acomete mais pessoas à medida que a idade avança.
- Mantenha um estilo de vida saudável: controle da pressão arterial, alimentação equilibrada, manejo de diabetes tipo 2 se existente, não fumar, evitar exposição excessiva às toxinas – todos esses hábitos favorecem a saúde geral e ocular.
- Proteja-se de traumas oculares, use óculos de segurança quando necessário e cuide de fatores que podem impactar o olho, como inflamações, infecções ou uso desnecessário de medicamentos que possam elevar a pressão do olho.
- Informe seu oftalmologista sobre uso de medicamentos ou condições que possam interferir com a visão ou pressão ocular.
A prevenção não elimina totalmente o risco, sobretudo em casos com predisposição, mas maximiza a chance de detectar cedo e agir a tempo.
Araujo e a saúde dos olhos
Se você chegou até aqui, agora sabe que o glaucoma não tem cura no sentido tradicional, mas tem tratamento eficaz, especialmente quando detectado precocemente. É possível preservar bastante da visão, desde que haja acompanhamento, medicação correta e hábitos saudáveis.
Fontes: