A obesidade é uma preocupação crescente em todas as faixas etárias. Mas, na terceira idade, seus efeitos podem ser ainda mais prejudiciais. No Brasil, o número de idosos com sobrepeso e obesidade tem aumentado significativamente nos últimos anos. Segundo estudo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a taxa de excesso de peso entre brasileiros na faixa etária de 45 a 54 anos chega a 68,5%, indicando uma tendência preocupante.
Antes de explorarmos os riscos da obesidade em idosos e suas formas de prevenção, é importante entender o que acontece no corpo durante o envelhecimento e como isso impacta no peso.
Entenda o processo de envelhecimento
À medida que envelhecemos, o corpo passa por diversas mudanças fisiológicas que podem influenciar o ganho de peso. A redução da taxa de metabolismo basal, a diminuição da massa muscular e as alterações hormonais contribuem para o acúmulo de gordura, especialmente na região abdominal. Por isso, esses fatores tornam os idosos mais suscetíveis à obesidade, mesmo sem alterações significativas na alimentação.
Além disso, o estilo de vida sedentário e a alimentação inadequada são comuns nessa fase da vida, agravando ainda mais o problema. A obesidade em idosos pode levar a uma série de complicações de saúde, impactando diretamente na qualidade de vida.
Doenças agravadas pela obesidade em idosos
Nesse sentido, o excesso de peso na terceira idade está associado a diversas doenças crônicas e condições de saúde debilitantes. Entre as principais estão:
- Doenças cardiovasculares: a obesidade aumenta o risco de hipertensão, infarto e acidente vascular cerebral (AVC), devido ao acúmulo de gordura nas artérias e ao aumento da pressão arterial.
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- Diabetes tipo 2: o excesso de gordura corporal pode levar à resistência à insulina, elevando os níveis de glicose no sangue e predispondo ao diabetes.
- Apneia do sono: a gordura acumulada na região do pescoço pode obstruir as vias respiratórias, assim, causa interrupções no sono e fadiga diurna.
- Problemas nas articulações: o sobrepeso coloca pressão adicional nas articulações, especialmente nos joelhos e quadris, aumentando o risco de osteoartrite e dores crônicas.
- Sarcopenia: a perda de massa muscular associada à obesidade pode comprometer a mobilidade e o equilíbrio, aumentando o risco de quedas e fraturas.
Mergulhe no tema – Obesidade: como prevenir com hábitos saudáveis e escolhas conscientes no dia a dia
Como prevenir a obesidade em idosos?
Em primeiro lugar, é importante ter em mente que a prevenção da obesidade nesta fase da vida requer uma abordagem multifacetada, com mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico regular. Algumas estratégias eficazes incluem:
- Alimentação balanceada: priorizar alimentos ricos em nutrientes, como frutas, verduras, proteínas magras e grãos integrais. Reduzir o consumo de alimentos processados, ricos em gorduras saturadas e açúcares.
- Controle das porções: comer em porções adequadas às necessidades energéticas do idoso, evitando excessos que possam levar ao ganho de peso.
- Atividade física regular: a prática de exercícios físicos, como caminhada, dança, pilates e hidroginástica, ajuda a manter o peso corporal saudável, fortalece os músculos e, então, melhora o equilíbrio.
- Acompanhamento profissional: consultar regularmente médicos, nutricionistas e fisioterapeutas para monitorar a saúde e ajustar o plano de cuidados conforme necessário.
- Suporte psicológico: o apoio emocional é inegavelmente fundamental para lidar com as mudanças relacionadas ao envelhecimento e para manter a motivação em relação a hábitos saudáveis.
SEXO | IMC ≥30 | IMC ≥35 | IMC ≥40 |
Homens | Prevalência (%) | 25,87 | 6,50 |
Número total | 21.023.968 | 5.281.970 | |
Mulheres | Prevalência (%) | 33,25 | 14,01 |
Número total | 28.977.057 | 12.213.388 |
Como melhorar a saúde do idoso?
Além da prevenção da obesidade, é essencial adotar hábitos que promovam a saúde geral. Assim, algumas práticas incluem:
- Estimulação cognitiva: participar de atividades que desafiem o cérebro, como leitura, jogos de memória e quebra-cabeças, ajuda a manter a mente ativa e pode prevenir doenças neurodegenerativas.
- Socialização: manter-se socialmente ativo, participando de grupos comunitários, clubes ou encontros com amigos e familiares, contribui para o bem-estar emocional e psicológico.
- Higiene do sono: uma rotina de sono regular, com horários consistentes para dormir e acordar e a criação de um ambiente propício para o descanso são fundamentais para a saúde física e mental.
- Hidratação adequada: beber líquidos suficientes ao longo do dia, preferencialmente água, para manter o corpo hidratado e auxiliar nas funções fisiológicas.
- Monitoramento da saúde: realizar exames médicos periódicos, como aferição da pressão arterial, controle dos níveis de glicose e colesterol e avaliação da função renal, para detectar precocemente possíveis problemas de saúde.
Viva melhor na terceira idade
Em resumo, entender o envelhecimento do corpo, adotar hábitos saudáveis e contar com acompanhamento profissional são medidas essenciais para proteger a saúde e garantir uma vida plena.
Lembre-se: não se trata apenas de emagrecer, mas de viver melhor. Com atenção à alimentação, prática de atividades físicas e estímulos cognitivos é possível envelhecer com saúde, autonomia e bem-estar.
*Fontes:
Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia,
Prevalência e fatores associados à obesidade – Revista da Associação Brasileira de Saúde Coletiva.
Este artigo foi revisado pela médica endocrinologista Dra Thaís Pereira Costa Magalhães CRMMG 36771 drathaismagalhaes.com.br